Revista Eros //helius.uvanet.br/index.php/eros <p align="justify">A <strong><em>Revista Eros</em></strong> (ISSN 2357-8246) é o periódico dos alunos do Curso de Graduação em Filosofia da Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA. De periodicidade anual e com a perspectiva de difundir pesquisas e reflexões sobre a Filosofia e seu ensino, a <em>Revista Eros</em> privilegia a publicação de trabalhos originais de acadêmicos de cursos de graduação em Filosofia, bacharelado e licenciatura, na forma de artigos, resenhas, traduções e entrevistas.</p> <p align="justify">&nbsp;</p> <p align="justify">A <strong>Revista Eros</strong> aceita submissão de artigos, traduções, resenhas e entrevistas em fluxo contínuo. Serão apreciados para publicação artigos inéditos, em conformidade com a linha editorial e as diretrizes da revista.</p> <p align="justify">A <strong>Revista Eros</strong> não aceitará submissões por e-mail ou impressas. Para enviar uma contribuição científica à revista, o autor deve realizar seu cadastro no site. Após o cadastro, o autor deve seguir um processo em etapas, conforme as instruções contidas no site.</p> <p align="justify">Todos os artigos submetidos à apreciação do Comitê Científico serão subsequentemente avaliados por pares às cegas (<em>double blind peer review</em>). As orientações aos autores podem ser consultadas em: Sobre -&gt; Submissões.</p> <p align="justify">Dúvidas e sugestões podem ser enviada através do e-mail: revistaeros@yahoo.com.br</p> Curdo de Graduação em Filosofia do Centro de Filosofia, Letras e Educação (CENFLE) da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) pt-BR Revista Eros 2357-8246 A Interpretação do ser como ideia como causa do esquecimento do ser //helius.uvanet.br/index.php/eros/article/view/292 <p>Heidegger sustenta que a história da filosofia é uma série de interpretações variadas sobre a concepção platônica do ser como ideia<em>, Eidos</em>. Em primeiro lugar, pode-se considerar a história como um conjunto de investigações variadas sobre a mesma pergunta fundamental da metafísica: o que é o ser? Em segundo lugar, para Heidegger, no momento em que surge, o ser passa a ser interpretado como presença estável, <em>Ousia</em>. Este momento seria o começo do ser que a partir da interpretação platônica seria encoberto em todas as interpretações posteriores. Heidegger afirma: de Platão até Nietszche o ser mesmo em sua originariedade teria sido esquecido. É nesse sentido, que se dá o esquecimento do ser. Diante destas conjecturas ressalta-se a problematização do conceito de verdade. O conceito de ideia torna-se o paradigma de todo pensamento ocidental, pois, ao conceber o ser a partir do conceito de ideia, o próprio ser passa a ser aquilo que pode ser representado pelo pensamento. Aquela pergunta fundamental da metafísica sobre o ser é feita de modo que permite captar o ser no pensar, em outras palavras, o ser é aquilo que pode ser representado como ideia. Do mesmo modo, a verdade passa a ser a representação de algo real representada no pensamento em uma concordância entre o pensamento e a realidade sempre dentro de contextos de uma teoria da predicação. Para Platão, a ideia dá a essência das coisas, assim, passa a ver o mundo como algo mutável e o ser como algo estável e puro, separado daquele. Portanto, o mundo seria apenas uma passagem para chegar à verdade, e não um lugar de vivência para o homem. Isso significa que a filosofia<strong>,</strong> a partir desse momento<strong>,</strong> deixa de ser o exercício pela busca do saber, da essência da verdade ou do ser, e sim, uma forma de superação do mundo em vista de uma verdade eterna. Este trabalho baseia-se em uma pesquisa bibliográfica, em uma metodologia cientifica, com objetivo de alcançar a interpretação heideggeriana do momento em que, na história do pensamento filosófico ocidental, se dá o encobrimento da verdade como descobrimento, ou seja,<em> Alétheia</em>.</p> Wender Costa Dias Copyright (c) 2023 Revista Eros https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2023-04-10 2023-04-10 4 5 6 Violência contra a mulher //helius.uvanet.br/index.php/eros/article/view/293 <p>Este resumo tem como objetivo apresentar as contribuições de Heleieth Saffioti para a compreensão acerca do fenômeno da violência contra a mulher. O fenômeno da violência é entendido, com base em suas contribuições, como resultado de um processo de socialização de homens e mulheres, mas principalmente da atuação de estruturas sociais que naturalizam a violência perpetrada e são ambientes de aprendizagem para estas práticas. A autora discorre sobre como as relações patriarcais criam hierarquias amparadas no gênero e na raça, e como estas estruturas de poder exercem domínio perante toda a sociedade, tanto no nível público quanto privado de convívio. Saffioti revela que mulheres são socializadas para apresentarem comportamentos dóceis, cordatos e apaziguadores. Em contrapartida, os homens são estimulados a desenvolverem comportamentos agressivos, que revelem força e coragem. Tal forma de organização social constitui a raiz de muitos fenômenos, inclusive o fenômeno da violência contra a mulher, seja no âmbito da violência doméstica, violência intrafamiliar, entre outros contextos, seja em seus diferentes tipos - física, psicológica, moral, patrimonial e sexual - as quais tem diversas implicações na saúde global de mulheres. Saffioti aponta para a relevância de se atentar para as diferentes mulheridades, no que tange à marcadores sociais importantes como: gênero, raça e classe, e como esses marcadores influenciam para uma maior condição de vulnerabilidade. Considerando este cenário, percebe-se a importância de políticas públicas direcionadas ao combate à violência contra a mulher, incluindo ações de prevenção e de enfrentamento. Dentre estas políticas públicas, salienta-se a Rede de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres e os serviços especializados no atendimento de mulheres vítimas de violência oriundos do Pacto e da Política Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres e da Lei Maria da Penha, como: Centros de Referência de Atendimento à Mulher, Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher, Casas abrigo, entre outros. A partir das obras analisadas e do que foi observado, percebe-se a urgência de se atentar para a complexidade do fenômeno da violência contra a mulher, entendendo o seu cerne, como bem apontado pela pensadora.</p> Larissa Ferreira Rodrigues Vitória Arruda Borges Copyright (c) 2023 Revista Eros https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2023-04-10 2023-04-10 4 7 8 Schiller e Paulo Leminski //helius.uvanet.br/index.php/eros/article/view/291 <p>O objetivo da comunicação é apresentar uma aproximação teórica entre o filósofo alemão Friedrich Schiller e o poeta brasileiro Paulo Leminski em torno do tema da unidade. Mas o que significa essa unidade? Dentro do pensamento dos autores, se refere ao estado mais completo do ser humano, em que as suas duas dimensões fundamentais (racionalidade e sensibilidade) estão em harmonia. Nos termos de Schiller, é o equilibro entre impulso formal e impulso sensível, já nos termos de Leminski é a consideração igualitária entre corpo e mente. Schiller discorre sobre a unidade ao criticar a sociedade moderna que se configura como a “humanidade decaída”, pois nela a natureza humana se encontra dividida: tal natureza é a junção harmônica entre racionalidade e sensibilidade. Mas essa fragmentação nem sempre existiu. Para Schiller, os gregos não eram fragmentados, naquela sociedade razão e sensação não estavam separadas. Diferentemente na modernidade a racionalidade se afastou da sensibilidade, então o autor alemão busca reunificar novamente o homem moderno dividido. Para alcançar esse objetivo ele incorpora um terceiro elemento entre os impulsos formal e sensível que é o impulso lúdico. O impulso lúdico teria a capacidade de unificar os outros dois impulsos trazendo o equilíbrio necessário. Através da arte e da educação estética que o impulso lúdico se manifesta, de modo que por meio dessas atividades artísticas e estéticas que encontramos a aproximação da razão e da sensibilidade, assim se direcionando para a unidade desejada. Tal como Schiller também Paulo Leminski constata o caráter dividido do humano entre razão e sensação, mas para o poeta curitibano essa cisão foi fruto da divisão social do trabalho, em que se estabeleceu a dicotomia entre trabalho intelectual e braçal, mente e corpo. Então no desenvolvimento da sociedade humana houve um momento de separação daqueles que são inclinados para práticas da mente e outros que seriam direcionados para práticas do corpo, isso estaria impregnado em várias áreas: religiosa, social, econômica. Estamos mergulhados na divisão social do trabalho e na fragmentação, porém existem certos momentos no cotidiano que podemos encontrar a união da mente e do corpo. Para Leminski, assim como para Schiller, o exercício artístico é um campo possível para concretizar essa unidade, mas não somente, as práticas esportivas, marciais e o sexo também cumprem esse papel. Realizando tais atividades nos tornamos completos e saímos da divisão, por isso ser integro não é algo que podemos ser de forma plena, precisa ocorrer constantemente. Também Schiller vê que a unidade não é alcançada em sua plenitude, pois seria para ele a perfeição, a unidade é como um horizonte em que homem deveria se direcionar e torna-se o mais completo possível. Para Leminski e Schiller a unidade é sempre uma busca que construímos.</p> Francisco Edmundo Matias da Silva Copyright (c) 2023 Revista Eros https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2023-04-10 2023-04-10 4 3 4 O Anúncio da morte de Deus e o retorno da religião //helius.uvanet.br/index.php/eros/article/view/294 <p>O presente trabalho tem como objetivo apresentar os resultados obtidos a partir da pesquisa realizada acerca do fenômeno do retorno do religioso, a qual foi delimitada por uma leitura hermenêutica da questão da Morte de Deus, anunciada por Nietzsche em sua obra <em>A Gaia Ciência </em>(1882, §125), tomando como referencial a leitura feita por Gianni Vattimo, que se encontra desenvolvida em sua obra <em>Depois da Cristandade </em>(2004). Como parte dessa delimitação, foram levantadas questões ao longo dos encontros que direcionaram a pesquisa e estabeleceram uma organização das ideias em torno da temática central. As questões foram as seguintes: Como se dá a relação do anúncio nietzschiano da morte de Deus e a ideia de fundamento último? Nietzsche, ao anunciar a morte de Deus, pressupôs uma afirmação do ateísmo? Como pensar o anúncio da morte de Deus e seus impactos para a condição da experiência religiosa? No percurso, alcançamos o entendimento de que a morte de Deus não se trata de uma afirmação do ateísmo: essa afirmação valeria como a confirmação da existência de um princípio metafísico, isto é, afirmando a não existência de Deus reforçaria a sua existência. Pelo contrário, a morte de Deus expressa um evento capaz de transformar a existência humana no que se refere, especificamente, à diluição da noção de fundamento último, tanto no âmbito da religião como no âmbito da própria Filosofia. Desta forma, chegamos à compreensão de que, com base nessa leitura hermenêutica do anúncio, Deus foi morto no gradual rompimento entre o homem e a moral religiosa, cujos discursos tornaram-se obsoletos diante das interpretações oferecidas pelas ciências emergentes. A visão de mundo proporcionada pela fé, com isso, foi relegada a uma esfera de crença e superstição e o homem, agora apoiado pela ciência e os avanços da técnica, tornou-se uma espécie de (novo) absoluto. Como consequência desse antropocentrismo, pudemos constatar que, ao assumir a responsabilidade sobre as questões que permearam, como ainda permeiam, as relações no mundo, o homem enfrentou grandes contrastes entre os objetivos presentes na ideia de progresso da ciência e a realidade das aplicações científicas, que possibilitaram, na posteridade, o retorno da religião como forma de sanar a desorientação causada por estes contrastes. E tal como testemunhamos no cenário atual, este retorno da religião apresenta-se não mais como se dava na medievalidade, na qual a religião orientava-se por um sentido único. Nos nossos dias, a experiência religiosa é caracteristicamente marcada por um pluralismo nas formas de expressão da sacralidade. Segundo Vattimo, o Deus que se apresenta nas interpretações bíblicas da pós-modernidade é o “Deus do livro”, que não existe senão na palavra de salvação interpretada pelos fiéis segundo suas vivências, e, junto a estas interpretações, percebe-se, agora, uma igreja realizada na comunidade assumindo o lugar que antes constituía-se uma autoridade dogmática.</p> Ludênia Maria Adriano Rodrigues Copyright (c) 2023 Revista Eros https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2023-04-10 2023-04-10 4 9 10 Capas e folha de rosto, v.4 //helius.uvanet.br/index.php/eros/article/view/301 Revista Helius Copyright (c) 2023 Revista Eros https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2023-04-10 2023-04-10 4 i i A mulher emancipada segundo Mary Wollstonecraft //helius.uvanet.br/index.php/eros/article/view/295 <p><strong>Introdução</strong></p> <p> </p> <p>O presente resumo expandido foi desenvolvido a partir dos estudos realizados na disciplina de História da Filosofia Moderna tendo como referencial teórico a obra <em>Uma Reivindicação pelos Direitos da Mulher</em> (1792), de Mary Wollstonecraft.</p> <p> </p> <p><strong>Objetivo</strong></p> <p><strong> </strong></p> <p>O presente trabalho busca discutir os impactos da educação/servidão doméstica vivenciadas pelas mulheres do século XVIII, evidenciando então, a necessidade do acesso à educação racional como caminho para o alcance da emancipação da mulher.</p> <p><strong> </strong></p> <p><strong> </strong></p> <p><strong>Metodologia</strong></p> <p> </p> <p>Com o intuito de atingir os objetivos apresentados, optamos por uma pesquisa eminentemente bibliográfica, tendo em vista que a investigação do objeto pressupõe uma leitura estrutural do texto <em>Uma Reivindicação pelos Direitos da Mulher</em> (1792). Efetivando tais estudos, realizamos a produção de fichamentos do texto e desenvolvemos a produção textual sobre a temática estabelecida, obtendo sucesso na pesquisa e aprovação na disciplina.</p> <p><strong>Discussão dos resultados </strong></p> <p><strong> </strong></p> <p>A filosofia moderna marcada pela exaltação da racionalidade humana, o século das luzes que preza pelo antropocentrismo, se contradiz no que diz respeito a privar metade do sexo humano de atividades que seria facilmente desenvolvida por todos os seres racionais. A filósofa aponta a igualdade racional entre os gêneros, colocando em foco que o sexo masculino possui a falsa impressão de superioridade pelo fato de não enfrentar os obstáculos sofridos pelo sexo feminino para o desenvolvimento racional.</p> <p>Mostra-se que não há nada que sujeite a mulher a essa inferiorização injusta à qual é submetida por milênios, que não há nada de natural nessa feminilidade imposta e construída historicamente. Sendo todos os seres humanos possuidores dos mesmos atributos para o desenvolvimento, há necessidade apenas de um direcionamento para a construção do ser como sujeito, este que se supera continuamente através do desenvolvimento racional. Desse modo Wollstonecraft mostra a educação racional como fator fundamental para a formação do sujeito e consequentemente da emancipação das mulheres. A filósofa não exclui a existência de falhas na organização social que facilita a inferiorização do sexo feminino, mas, sendo essa obra voltada para o direito ao acesso à educação racional, aqui temos como objetivo mostrar como esta faz-se necessária na construção da emancipação feminina. Wollstonecraft nos permite, a partir dessa obra, refletir sobre as limitações atribuídas ao sexo feminino através de uma naturalização do ser mulher, quando na verdade o que ocorre é uma construção do sujeito.</p> <p> </p> <p><strong>Conclusão </strong></p> <p> </p> <p>Conclui-se, portanto, a necessidade da educação racional igualitária para todos os sexos, que permita principalmente às mulheres, gênero mais prejudicado, que possa através da razão construir-se e afirmar-se em sociedade, emancipada, livre para fazer suas próprias escolhas, construindo o mundo conjuntamente com o sexo oposto. Exige-se desse modo, a exclusão de um sistema que condiciona a feminilidade, não atribuindo a mulher o reconhecimento como sujeita, revelando-se, claramente, a necessidade dessa obra ainda na atualidade, tendo em vista que a luta do sexo feminino pela igualdade continua vigente.</p> <p><strong> </strong><strong> </strong></p> <p><strong>Referências </strong></p> <p><strong> </strong>WOLLSTONECRAFT, M. <strong>Reivindicação dos Direitos da Mulher</strong>. São Paulo: Boitempo, 2016.</p> Kananda Vasconcelos Nascimento Copyright (c) 2023 Revista Eros https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2023-04-10 2023-04-10 4 11 13 Editorial, v. 4 //helius.uvanet.br/index.php/eros/article/view/302 Revista Helius Copyright (c) 2023 Revista Eros https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2023-04-10 2023-04-10 4 1 2 Sumário, Vol. 4 //helius.uvanet.br/index.php/eros/article/view/300 Revista Helius Copyright (c) 2023 Revista Eros https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2023-04-10 2023-04-10 4 ii ii