Violência contra a mulher
Análise a partir do pensamento de Heleieth Saffioti
Palavras-chave:
Violência; Mulheres; Patriarcado; GêneroResumo
Este resumo tem como objetivo apresentar as contribuições de Heleieth Saffioti para a compreensão acerca do fenômeno da violência contra a mulher. O fenômeno da violência é entendido, com base em suas contribuições, como resultado de um processo de socialização de homens e mulheres, mas principalmente da atuação de estruturas sociais que naturalizam a violência perpetrada e são ambientes de aprendizagem para estas práticas. A autora discorre sobre como as relações patriarcais criam hierarquias amparadas no gênero e na raça, e como estas estruturas de poder exercem domínio perante toda a sociedade, tanto no nível público quanto privado de convívio. Saffioti revela que mulheres são socializadas para apresentarem comportamentos dóceis, cordatos e apaziguadores. Em contrapartida, os homens são estimulados a desenvolverem comportamentos agressivos, que revelem força e coragem. Tal forma de organização social constitui a raiz de muitos fenômenos, inclusive o fenômeno da violência contra a mulher, seja no âmbito da violência doméstica, violência intrafamiliar, entre outros contextos, seja em seus diferentes tipos - física, psicológica, moral, patrimonial e sexual - as quais tem diversas implicações na saúde global de mulheres. Saffioti aponta para a relevância de se atentar para as diferentes mulheridades, no que tange à marcadores sociais importantes como: gênero, raça e classe, e como esses marcadores influenciam para uma maior condição de vulnerabilidade. Considerando este cenário, percebe-se a importância de políticas públicas direcionadas ao combate à violência contra a mulher, incluindo ações de prevenção e de enfrentamento. Dentre estas políticas públicas, salienta-se a Rede de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres e os serviços especializados no atendimento de mulheres vítimas de violência oriundos do Pacto e da Política Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres e da Lei Maria da Penha, como: Centros de Referência de Atendimento à Mulher, Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher, Casas abrigo, entre outros. A partir das obras analisadas e do que foi observado, percebe-se a urgência de se atentar para a complexidade do fenômeno da violência contra a mulher, entendendo o seu cerne, como bem apontado pela pensadora.Downloads
Publicado
2023-04-10
Edição
Seção
Anais da Semana de Filosofia da UVA - Resumos
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