A aporia no Teeteto de Platão: por uma filosofia perene
Resumo
Segundo a edição da Universidade de Oxford, a obra de Platão fora pensada estruturalmente a partir da organização dos diálogos em tetralogias. O Teeteto, diálogo aqui estudado, antecederia O Sofista e O Político e daria seguimento ao Crátilo. É com o Teeteto que Platão almeja alcançar a fundamentação do conhecimento através de uma reta definição da ciência. A investigação finda negativamente, dado que as definições propostas, da ciência como sensação, como opinião verdadeira e opinião verdadeira acompanhada de razão, mostram-se insuficientes para solucionar tanto o problema do saber, como da existência do erro. Defendemos neste artigo que a aporia do Teeteto é proposital, a fim de fazer ver que a busca do saber não pode prescindir de um retorno à ontologia, o que Platão intentará comprovar no diálogo que dá sequência a este, o Sofista, realizando a revisão de sua própria filosofia. A aporia no Teeteto implica o reconhecimento, pois, de que cada diálogo platônico deve ser visto a partir de si, de sua discussão autônoma, dramaticamente encerrada em si mesma, porém igualmente a partir da contínua revisão e acréscimos de diálogos posteriores, o que caracteriza uma filosofia aberta, perenemente em construção, unindo forma de expressão e pensamento expresso. Palavras-chave: Aporia. Dialética. Ciência/Opinião. Ser/Não-Ser. Forma/Expressão.Downloads
Publicado
2019-12-31
Como Citar
Aquino, J. A. de. (2019). A aporia no Teeteto de Platão: por uma filosofia perene. Revista Helius, 2(2), 229–250. Recuperado de //helius.uvanet.br/index.php/helius/article/view/107
Edição
Seção
Artigos do Dossiê