A eliminação de hipóteses: uma abordagem pragmática
Palavras-chave:
Inferências eliminativas, Kyle Stanford, História da CiênciaResumo
De acordo com a grande maioria dos filósofos da ciência, um dos méritos epistemológicos de uma teoria científica bem sucedida é que ela sobreviveu a um processos eliminativo de concorrência; várias teorias se apresentam para solucionar um problema científico, e, após a comparação exaustiva de todas as hipóteses, eliminam-se hipóteses inadequadas, e escolhe-se a que melhor resolve o problema. Esse quadro foi contestado pelo filósofo Kyle Stanford, que argumentou que inferências eliminativas nem sempre ocorrem na ciência, e colocou a seguinte pergunta: por que os cientistas nem sempre consideram conhecimentos disponíveis? De acordo com Stanford, o envolvimento de cientistas que operam em uma teoria é às vezes tão grande que eles sequer conseguem conceber alternativas rivais a suas teorias. Neste artigo, aceita-se a constatação histórica de Stanford (cientistas nem sempre consideram conhecimentos disponíveis), porém é oferecida uma explicação diferente, por meio de uma abordagem pragmática. Será argumentado que, ao considerar a ciência como uma prática científica (e não apenas como um conjunto de teorias compostas de enunciados), certos conhecimentos disponíveis, em certos momentos históricos, são deixados de lado não por uma incapacidade dos cientistas, mas por razões pragmáticas.Downloads
Publicado
2021-03-23
Como Citar
Silva, M. R. da. (2021). A eliminação de hipóteses: uma abordagem pragmática. Revista Helius, 3(2, fasc. 3), 1777–1790. Recuperado de //helius.uvanet.br/index.php/helius/article/view/159
Edição
Seção
Artigos do Dossiê