A história natural das células nos sugere uma origem única?

Autores

Palavras-chave:

Monofilia, Progenotos, Evolução das membranas, Origem dos sistemas biológicos

Resumo

As células ocupam um lugar de destaque quando buscamos compreender o fenômeno vida. Comumente a organização celular é tida como sinônimo de vida e as características que definem células e vida se confundem e se sobrepõem. Entretanto, novos cenários sobre a origem da vida vêm trazendo olhares alternativos sobre como as entidades que hoje conhecemos como células teriam se organizado. Neste ensaio, avaliamos as características que utilizadas para inferência de uma origem única para as células. Para isso, propomos uma diferenciação entre (i) as características que evidenciam a monofilia da vida daquelas que (ii) sustentam uma origem única para as células. A partir de uma análise lógica e conceitual, demonstramos que muitos elementos usualmente usados para sustentar uma monofilia celular (tais como a presença de elementos do mecanismo de tradução e a universalidade do código genético) são, de fato, evidências para uma origem única do fenômeno vida. Assim, diante dos cenários discutidos, sugerimos que a estrutura celular deve ser considerada como uma estratégia de manutenção da vida, assim como a estrutura do tipo viral. Ambas estratégias teriam emergido nos primórdios da vida em nosso planeta, muito provavelmente mais de uma vez.

Biografia do Autor

Sávio Torres de Farias, UFPB

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal da Paraíba (2001), mestrado em Genética pela Universidade Federal da Paraíba (2003) e doutorado em Genética pela Universidade Federal de Minas Gerais (2006). Atualmente é professor Associado I da Universidade Federal da Paraíba,membro da Academia Ibero-americana de Biologia Evolutiva e professor visitante na Universidad Nacional Autonoma de México. Vem desenvolvendo trabalhos sobre origem do sistema biológico, com ênfase na organização biológica do Ultimo Ancestral Universal Comum.

Francisco Prosdocimi, UFRJ

É professor associado e pesquisador do Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis (IBqM), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ministra disciplinas regulares na pós-graduação em Química Biológica (CAPES nível 7) nas áreas de (i) Bionformática, (ii) Big Data, (iii) Genômica comparativa e evolutiva, (iv) Epistemologia e filosofia da ciência e (v) Oficina de ciência, arte e educação. Como pesquisador, trabalha principalmente com bioinformática para a análise de genomas e transcriptomas. Seus projetos atuais visam documentar a biodiversidade brasileira em nível molecular ao estudar genomas de aves, peixes, orquídeas e outros organismos. Realiza estudos multidisciplinares que tentam unir a genômica, o estudo do metabolismo animal e vegetal, o estudo da biodiversidade brasileira e a biomedicina. Francisco participa de grupos nacionais e internacionais de excelência em pesquisa científica, tendo publicado em periódicos importantes como: Science, PNAS, Nucleic Acids Research, Genome Research e outros. Doutor em bioinformática e mestre em genética pela UFMG, Francisco tem importantes e consistentes experiências internacionais de pesquisa, tendo trabalhado no Sanger Center (Cambridge, UK), Institut de Genetique et Biologie Moleculaire (Strasbourg, França), Cold Spring Harbor Laboratory (New York, US), Duke University (Durham, US), Université de Bourdeaux (Bordeaux, França), Universitat Wurzburg (Wurzburg, Alemanha) e Botanischer Garten (Berlim, Alemanha).

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Publicado

2021-03-23

Como Citar

Farias, S. T. de, & Prosdocimi, F. (2021). A história natural das células nos sugere uma origem única?. Revista Helius, 3(2, fasc. 1), 200–218. Recuperado de //helius.uvanet.br/index.php/helius/article/view/169

Edição

Seção

Artigos do Dossiê