Universalidade versus contingência: o desafio interdisciplinar face às diferentes culturas epistemológicas da Física e da Biologia

Autores

  • Hilda Helena Sovierzoski UFAL, UENP
  • Maria das Graças Leopardi Gonçalves UFAL
  • Jenner Barretto Bastos Filho UFAL

Palavras-chave:

Reducionismo, Emergentismo, Universalidade, Contingência, Epistemologia

Resumo

Exploramos aqui alguns aspectos tanto das identidades quanto das divergências entre as tradições que se constituíram nas Ciências da Física e da Biologia. Enfatizamos que, devido às culturas epistemológicas distintas, grupos de pesquisadores adotam diferentes significados em relação aos mesmos termos e que tal circunstância constitui um obstáculo a ser superado em prol do debate interdisciplinar fértil. Discutimos, na trilha de Mayr (1982), os obstáculos epistemológicos com os quais se deparou a afirmação do paradigma evolucionista. Consideramos que o foco exagerado na escala microscópica, tal como acontece na abordagem reducionista dos genes, pode se constituir em obstáculo epistemológico para a compreensão da especiação geográfica. Argumentamos também que as divergências e disparidades de estatutos epistemológicos entre Física e Biologia iluminam bem mais a discussão do que as suas identidades. Atenção especial foi atribuída à discussão sobre os pares dialéticos “universalidade versus contingência” e “redução versus emergência”.

Biografia do Autor

Hilda Helena Sovierzoski, UFAL, UENP

Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Paraná (1985), com Mestrado em Zoologia pela Universidade Federal do Paraná (1991) e Doutorado em Ciências Biológicas (Zoologia) pela Universidade de São Paulo (2000). Professora Adjunto da Universidade Federal de Alagoas. Tem experiência na área de Zoologia, com ênfase em Taxonomia de Poliquetas, atuando também na pesquisa de comunidades macrobentônicas de fundos inconsolidados, fauna associada aos fitais e a comunidades incrustantes, Educação Ambiental e formação de professores. Participa da subrede ReBentos, integrante do INCT Mudanças Climáticas e do INCT Ciências do Mar. Participa do Programa de Pós-Graduação em Ensino de CIências e Matemática (PPGECIM), mestrado profissional multiunidades e interinstitucional da Universidade Federal de Alagoas, do Mestrado Profissional em Ensino de Biologia em rede nacional (PROFBIO) na associada UFAL, como docente permanente e orientadora. Integra o corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Ensino, da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), como colaboradora e orientadora.

Maria das Graças Leopardi Gonçalves, UFAL

Presidente da Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde -SBRAFH no bienio 1999-2000. Doutora em Farmácia Assistencial pela Universidade de Granada, Espanha. Mestre en Atençao Farmaceutica pela Universidade de Granada, Espanha. Especialista em Farmácia Clínica pela Universidad de Chile. Farmacêutica pela Universidade Federal da Bahia. É professora associada do Instituto de Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal de Alagoas atuando em Graduação e Pós Graduação. Ministra as disciplinas de Farmácia Clinica e é Professora de Estagio Supervisionado em Farmácia Hospitalar. É sócio fundadora da Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar - SBRAFH e tem experiência de 10 anos na Coordenação de Serviço de Farmácia Hospitalar. Área de atuação Farmácia, com ênfase em educação farmacêutica e saúde pública. Coordenou a Comissão de Residência Multiprofissional em Saúde - COREMU, na UFAL no período de 2010 a 2015. Tutora de Farmácia Clínica no Programa de Residência em Saúde do Adulto e do Idoso . Ministra a disciplina Processos e Pratica de Farmácia Clínica para residentes farmacêuticos e desde 2013 ministra a disciplina Seminários Integradores- Ensino Interdisciplinar e Praticas Colaborativas para equipes de farmacêuticos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais no Programa de Residência em Saúde da UFAL.

Jenner Barretto Bastos Filho, UFAL

Tem Bacharelado em Física pela Universidade Federal da Bahia (1971), Mestrado em Física pela Universidade Estadual de Campinas (1975), Doutorado em Física pela Escola Politécnica Federal de Zürich -ETH Zürich- (1982) e um estágio Pós-doutoral na Universidade de Bari (1993). Professor Titular do Instituto de Física da Universidade Federal de Alagoas. Tem experiência nas áreas de Física Geral, Fundamentos da Física Quântica, Ensino de Física, História e Filosofia da Ciência, Educação Ambiental e Teorias do Desenvolvimento. Foi Membro do Comitê de Ética em Pesquisa e Bioética da UFAL. Membro do Corpo Editorial do 'Caderno Brasileiro de Ensino de Física', de 'Investigações em Ensino de Ciências', da 'Revista Iberoamericana de Ciências Ambientais' e do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA/UFAL). Publicou os livros 'O que é uma Teoria Científica?' (1a. ed. 1998; 2a. ed. 1999) e 'Reducionismo: Uma Abordagem Epistemológica' (2005), ambos pela Editora da Universidade Federal de Alagoas (EDUFAL). Organizou em colaboração com colegas outros dois livros. Ministrou de 1997 a 2007 a disciplina 'Lógica e Crítica da Investigação Científica' no PRODEMA/UFAL. Tem capítulos escritos em livros publicados no Brasil, Itália, Estados Unidos, Canadá e Holanda. Recebeu em 2006 a 'Medalha do Mérito Universitário UFAL 45 anos'. É Membro Correspondente da Academia Paraense de Ciências.

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Publicado

2021-03-23

Como Citar

Sovierzoski, H. H., Gonçalves, M. das G. L., & Bastos Filho, J. B. (2021). Universalidade versus contingência: o desafio interdisciplinar face às diferentes culturas epistemológicas da Física e da Biologia. Revista Helius, 3(2, fasc. 1), 138–170. Recuperado de //helius.uvanet.br/index.php/helius/article/view/175

Edição

Seção

Artigos do Dossiê