O que é Neurobiologia de Plantas? Uma abordagem para além da Biologia Vegetal

Autores

  • Ricardo Ferraz de Oliveira ESALQ-USP
  • Francynês da Conceição Oliveira Macedo ESALQ-USP
  • Fábia Barbosa da Silva ESALQ-USP
  • Gabriel Silva Daneluzzi ESALQ-USP
  • Aldeir Ronaldo Silva ESALQ-USP
  • Diogo Capelin ESALQ-USP

Palavras-chave:

Biologia vegetal, Filosofia, Sinalização elétrica, Inteligência vegetal, Neurotransmissores

Resumo

As plantas despertam o fascínio do ser humano há séculos e cada pessoa, cientista ou não, tem uma visão sobre elas, que no geral remete a seres vivos passivos com respostas pré-programadas ao longo de milhões de anos de evolução. Talvez isso se deva pelo fato delas estarem presas a um substrato e sujeitas a ação de fatores bióticos e abióticos. Mas justamente por essa situação, as plantas, desde as mais simples até as mais complexas, tiveram que se adaptar as condições ambientais para poderem prosperar no planeta. Para tanto, seu metabolismo essencial à manutenção da vida foi além da produção de compostos orgânicos, até atingir um grau para lidar com informações do ambiente e do seu conjunto de células exibindo isso como um comportamento complexo, de tomada de decisões e resolução de problemas culminando em um ser inteligente dentro do contexto vegetal. Nessa revisão, apresentamos a perspectiva neurobiológica de estudo das plantas e o surgimento da Neurobiologia Vegetal e seu início no Brasil e no mundo. Apresentamos uma visão integrada da sinalização em plantas, a ocorrência de neurotransmissores e sinais elétricos bem como inteligência vegetal e a comunicação entre plantas e outros organismos. A Neurobiologia Vegetal tem contribuído para uma mudança na forma como vemos as plantas e nos posicionamos diante delas enquanto seres vivos e com o ambiente a nossa volta. Enquanto ciência, a Neurobiologia transcende os limites das ciências vegetais e atinge o interesse das ciências humanas, por nos fazer refletir sobre o nosso lugar no planeta.

Biografia do Autor

Ricardo Ferraz de Oliveira, ESALQ-USP

Graduado em Engenharia Agronômica pela Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (ESALQ) em 1984. Mestre em Fisiologia de Plantas pela Texas A&M University em 14 de março de 1989 sob a orientação do Dr. Keith J. McCree. Doutor em Fisiologia Vegetal pela Texas A&M University em 17 de janeiro de 1994 sob a orientação do Dr. James L. Heilman. Estágio remunerado na National Aeronautics and Space Administration - NASA sob a supervisão do Dr. Peter H. Sharpe, onde participou da equipe que desenvolveu câmaras de crescimento para cultivo de plantas no espaço (1990-1992). Assessor Científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP (desde 1994); e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES (desde 1995). Livre Docente em Fisiologia e Bioquímica de Plantas (1997) pela Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz (ESALQ). Estágio remunerado na National Aeronautics and Space Administration - NASA sob a supervisão do Dr. Peter H. Sharpe, onde participou da equipe que desenvolveu câmaras de crescimento para cultivo de plantas no espaço (1990-1992). Assessor Científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP (desde 1994); e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES (desde 1995). Livre Docente em Fisiologia e Bioquímica de Plantas (1997) pela Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz (ESALQ). Orientador credenciado nos Cursos de Pós-Graduação em Fisiologia e Bioquímica de Plantas da ESALQ desde 1990 e do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) de 1998 a 2003 atuando nas áreas de Fisiologia de Plantas e Agronomia Tropical. Membro do Conselho Científico da Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal de 1997 a 2003.

Francynês da Conceição Oliveira Macedo, ESALQ-USP

Graduação em Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual da Paraíba - UEPB (2009) com experiência na área de Botânica, com ênfase em Fisiologia Vegetal. Mestrado em Ciências, área: Fisiologia e Bioquímica de Plantas pela Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" - Esalq/USP (2011). Doutorado em Ciências, área: Fisiologia e Bioquímica de Plantas - Esalq/USP com período sanduíche na Universidade Maria Curie-Sklodowska em Lublin/Polônia. Área de pesquisa: Fisiologia de plantas sob estresse e Eletrofisiologia Vegetal. Tem experiência em Educação à Distância, com Metodologias Ativas de Aprendizagem, utilizando a Aprendizagem baseada em problemas e em projetos e Design Thinking na formação de professores.

Fábia Barbosa da Silva, ESALQ-USP

Possui graduação em Ciências Biológicas (2013) pelo Instituto Federal Goiano, Ciência e Tecnológia Campus Rio Verde, mestrado (2015) Ciências Agrárias - Agronomia pela mesma Instituição e doutorado (2020) em Fisiologia e Bioquímica de plantas pela Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" ESALQ/USP. Atua na área de Botânica, com ênfase em Fisiologia Vegetal, principalmente, na pesquisa de fisiologia de plantas sob estresse abiótico, biomarcadores fisiológicos e bioquímicos em plantas expostas a agrotóxicos e eletrofisiologia vegetal.

Gabriel Silva Daneluzzi, ESALQ-USP

Barachel e Licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), Campus de Assis/SP, desenvolvendo projeto de pesquisa na área de ecofisiologia da germinação e alelopatia. Mestre em Fisiologia e Bioquímica de Plantas pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) da USP. Doutor em Fisiologia e Bioquímica de Plantas pela ESALQ. Principais interesses: Fisiologia Vegetal, Ecofisiologia Vegetal, Fisiologia de Plantas em Condições de Estresse; Sinalização elétrica em plantas; Ocorrência de neurotransmissores em plantas, Trocas gasosas, Fluorescência da Clorofila.

Aldeir Ronaldo Silva, ESALQ-USP

Doutorando Direto no programa de pós-graduação em Fisiologia e Bioquímica de Plantas da Esalq/USP. Graduado no curso de Agronomia, no Centro de Ciências Agrárias pela Universidade Federal da Paraíba, com ênfase no campo de pós-colheita, fisiologia vegetal, nutrição plantas, salinidade e manejo do solo e água. Participantes do grupo de pesquisa Potencialidade Fisiológica, Bioquímica Pós-colheita e Agroindustriais de Produtos Regionais.

Diogo Capelin, ESALQ-USP

Graduado em Agronomia pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná UTFPR (2010). Concluiu mestrado em Agronomia em 2012 pelo Programa de Pós-Graduação em Agronomia PPGAG/UTFPR. Doutor em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação em Fisiologia e Bioquímica de Plantas na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz /Universidade de São Paulo. Possui experiência nas áreas de eletrofisiologia vegetal, ecofisiologia, fisiologia vegetal com ênfase em fisiologia de plantas cultivadas, bioquímica, fitotecnia e plantas medicinais.

Downloads

Publicado

2021-03-23

Como Citar

Oliveira, R. F. de, Macedo, F. da C. O., Silva, F. B. da, Daneluzzi, G. S., Silva, A. R., & Capelin, D. (2021). O que é Neurobiologia de Plantas? Uma abordagem para além da Biologia Vegetal. Revista Helius, 3(2, fasc. 1), 247–290. Recuperado de //helius.uvanet.br/index.php/helius/article/view/185

Edição

Seção

Artigos do Dossiê