Vírus: reinterpretando a história natural e sua importância ecológica
Palavras-chave:
Vírus, Simbiose, Endossimbiose, Origem da vida, Progenotos, Ecossistemas, BiossemióticaResumo
O presente ensaio visa propor uma mudança na forma pela qual os vírus têm sido entendidos pelos seres humanos. Normalmente tidos como agentes infecciosos, os vírus na verdade são as entidades biológicas mais abundantes em nosso planeta, tendo uma função absolutamente crucial na ecologia e na evolução da vida na Terra. Se consideramos a teoria biossemiótica, que define a vida enquanto um processo operado por códigos orgânicos, concluímos que os vírus devem ser enquadrados dentro da categoria de seres vivos uma vez que eles compreendem a linguagem mais básica da biologia, ao apresentarem proteínas codificadas na forma de ácidos nucleicos. Além disso, a anatomia e fisiologia viral devem ser compreendidas como um tipo de estratégia alternativa alcançada por esses organismos para expressarem suas informações genéticas. De fato, vírus não necessitam infectar células para manifestar seus metabolismos, eles precisam unicamente ter acesso ao ribossomo para serem capazes de replicar suas informações. Finalmente, é possível supor que alguns grupos virais sejam mais antigos do que as células e contemporâneos aos subsistemas pré-celulares conhecidos como progenotos. Os vírus são agentes simbióticos cruciais para a evolução e plasticidade dos genomas, são importantes para organizar a cromatina e permitir o empacotamento do DNA, têm relevância no desenvolvimento de órgãos em organismos multicelulares e são importantíssimos para o equilíbrio dos ecossistemas.Downloads
Publicado
2021-03-23
Como Citar
Prosdocimi, F., & Farias, S. T. de. (2021). Vírus: reinterpretando a história natural e sua importância ecológica. Revista Helius, 3(2, fasc. 3), 1791–1811. Recuperado de //helius.uvanet.br/index.php/helius/article/view/186
Edição
Seção
Artigos do Dossiê