Duas expressões da Morfologia no século XVII: a assinatura das coisas naturais e a Palingênese
Palavras-chave:
Morfologia, Monadologia, Doutrina das assinaturas, Palingênese, Culturas científicasResumo
O objetivo deste artigo é formular uma noção geral de morfologia que funcione como uma metodologia para a pesquisa em história das ideias e das culturas científicas. Essa noção inspira-se na monadologia leibniziana e busca fundamentação teórica nas noções de ideia-unidade de Lovejoy e de forma simbólica de Cassirer. Os resultados obtidos provêm da aplicação desse método no estudo de dois conceitos morfológicos do século XVII: o de assinatura das coisas naturais e de palingênese. O primeiro refere-se a uma doutrina que afirma uma ligação entre as formas dos órgãos vegetais e humanos que revelam o uso terapêutico das plantas para o tratamento de doenças específicas destes últimos. Outra versão da teoria afirma que estas assinaturas são internas e devem ser procuradas por meio da análise química. A palingênese é a ressuscitação da forma essencial de um corpo que foi destruído. Ela é tratada neste artigo como um procedimento químico-alquímico aplicado à palingênese artificial das formas vegetais. A conclusão principal obtida a partir desses resultados é que a morfologia é uma ideia-unidade e uma forma simbólica que se expressou no século XVII através de uma relação dialética entre internalidade e externalidade dos seres naturais que oscila entre os domínios do mito e do conhecimento. É tal oscilação que se apresenta como um objeto da cultura científica morfológica investigada.Downloads
Publicado
2021-03-23
Como Citar
Ramos, M. de C. . (2021). Duas expressões da Morfologia no século XVII: a assinatura das coisas naturais e a Palingênese. Revista Helius, 3(2, fasc. 1), 466–486. Recuperado de //helius.uvanet.br/index.php/helius/article/view/195
Edição
Seção
Artigos do Dossiê