Horkheimer e a Religião
Resumo
A dicotomia entre fé e razão pode nos causar a falsa impressão de que uma nega a outra e, consequentemente, são opostas. Contudo, não raramente, premissas teológicas e religiosas serviram de base na construção de discursos filosóficos de pensadores que atravessam a História da Filosofia, desde a Antiguidade. Neste artigo, analisamos as influências religiosas no contexto da filosofia de Horkheimer, o que fizemos por meio de quatro passos: (I) averiguamos as premissas de natureza teológica que inspiraram a Escola de Frankfurt na construção de teorias filosóficas do campo da ética e política; (II) verificamos como a relação entre teologia e filosofia é expressa por meio do conceito de Justiça em Horkheimer; (III) refletimos sobre o conceito de totalmente Outro e as influências da tradição judaica na sua construção e, (IV), por fim, enfatizamos a influência dos mandamentos judaicos proibitivos na filosofia horkheimeriana. Se por um lado o autor critica o aspecto reacionário da religião, por outro, enaltece seu aspecto crítico; pela sua Teoria Crítica, Horkheimer faz oposição à Teoria Tradicional particularmente ao positivismo das ciências. Articulando a necessidade do totalmente Outro e a impossibilidade de representar o Absoluto, cujas raízes remontam aos mandamentos judaicos, Horkheimer inspira-se em premissas religiosas e, após retirar delas seu disfarce mitológico e fantástico, utiliza das mesmas para propor uma nova relação entre fé e razão em prol do desenvolvimento de uma sociedade mais justa e feliz.Downloads
Publicado
2025-05-12
Como Citar
Vieira Coutinho Abreu Gomes, I., & Soares de Brito, W. G. (2025). Horkheimer e a Religião. Revista Helius, 5(2), p. 1–16. Recuperado de //helius.uvanet.br/index.php/helius/article/view/310
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