Democracia, Secularismo e Religião em Jürgen Habermas e Charles Taylor
Palavras-chave:
Pós-secularismo, Comunitarismo, Religião, Habermas, TaylorResumo
O artigo discute o problema do diálogo entre secularismo e religião em Jürgen Habermas e Charles Taylor. Segundo Habermas, as religiões possuem intuições morais que podem colaborar nos debates públicos, desde que traduzam suas intuições essenciais para uma linguagem pública e secular. Já para Taylor seria ilusória a tentativa de estabelecer uma prioridade de um discurso (secular, por exemplo) frente a algum outro. Taylor criticará uma forma de secularismo que exclui a religião como instância essencial na formação das identidades dos sujeitos, tal qual uma fonte de sentido indispensável para diversas vidas. Aqui se encontra o ponto exato de discordância entre os filósofos: Habermas debate a partir da ética do justo e do pós-secularismo, à luz de Kant; e Taylor a partir de certa tradição hegeliana e comunitarista, a ética do bem. Taylor não aceitará a exigência obrigatória de argumentações secularizadas nos debates públicos, pois nem todas as sociedades passaram por processos de secularização, em que as identidades de tais sujeitos não foram formadas à luz de uma visão de mundo secular. Habermas, por sua vez, defende que são fundamentais os procedimentos deliberativos, e não propriamente um determinado conceito de vida boa ou conteúdos valorativos de uma determinada tradição ou religião, como há em Taylor, que enfatiza a existência de múltiplas modernidades, uma vez que culturas não ocidentais foram modernizadas à sua maneira. Já Habermas destaca que a separação entre discursos religiosos e seculares é essencial quando buscamos normas justas dentro de um horizonte cada vez mais pluralista e diferenciado.Downloads
Publicado
2019-10-29
Como Citar
Oliveira, J. C. (2019). Democracia, Secularismo e Religião em Jürgen Habermas e Charles Taylor. Revista Helius, 2(1), 127–151. Recuperado de //helius.uvanet.br/index.php/helius/article/view/85
Edição
Seção
Artigos do Dossiê