Kant e Schiller: das antinomias como fonte transcendental do conceito de beleza
Resumo
Já é bem conhecido o fato de que o próprio Schiller reconhece a "[…] origem kantiana da maioria dos princípios” a partir dos quais se dá o desenvolvimento de suas próprias reflexões “sobre o belo e a arte”. Nesse sentido, é importante notar que a maioria dos especialistas reportam a influência de Kant a partir da Kritik der Urteilskraft de 1790 (Crítica da Faculdade do Juízo). Todavia, esse artigo julga necessário salientar a importância das antinomias kantianas presentes na “Dialética Transcendental”, as quais foram apresentadas por Kant em 1781 na Kritik der reinen Vernunft (Crítica da Razão Pura). Com base nessa observação, percebemos a necessidade de realizar uma investigação acerca da possibilidade de se descobrir uma relação entre o princípio regulador transcendental kantiano, o qual serviu para orientar a passagem do condicionado ao incondicionado, e o conceito de beleza de Schiller que, por sua vez, nos parece, assume a função de princípio regulador-estético, cuja tarefa, de acordo com o próprio Schiller, deve ser a de possibilitar a passagem da humanidade de sua imperfeição finita à sua perfeição infinita. Nesse sentido, a discussão aqui proposta apresenta e defende a tese de que o conceito de beleza schilleriano apreendeu a lição kantiana que serve de resolução à problemática das antinomias, ou seja, nos parece que Schiller metodologicamente converte seu conceito de belo em um princípio regulativo moral de cunho antropológico. Palavras-chave: Kant. Schiller. Antinomias. Princípio regulativo. Beleza.Downloads
Publicado
2019-12-31
Como Citar
Bezerra, R. A. (2019). Kant e Schiller: das antinomias como fonte transcendental do conceito de beleza. Revista Helius, 2(2), 271–299. Recuperado de //helius.uvanet.br/index.php/helius/article/view/92
Edição
Seção
Artigos do Dossiê