Intuição e Linguagem: Bergson, Wittgenstein e os limites do dizível

Autores

  • Evaldo Sampaio UnB

Resumo

Trata-se aqui de pensar o estatuto filosófico da introspecção na Filosofia contemporânea. Para tanto, pretende-se contrapor duas tendências antagônicas acerca do papel da introspecção quanto ao nosso conhecimento do mundo e, mais precisamente, quanto à possibilidade de um conhecimento supralinguístico. A primeira delas é denominada de “paradigma da linguagem” e tem como caso exemplar as Investigações Filosóficas de Ludwig Wittgenstein. A segunda orientação, o “paradigma da intuição”, remete à filosofia de Henri Bergson. A comparação entre estas filosofias se dá por um estudo do “argumento da linguagem privada” elaborado nas Investigações de Wittgenstein, o qual é comumente interpretado como uma contraposição tanto à introspecção quanto a um conhecimento supralinguístico. Em seguida, mostra-se que as críticas bergsonianas acerca da linguagem enquanto uma fonte de mal-entendidos filosóficos possui inegáveis semelhanças de família com a do Wittgenstein das Investigações. Apesar disso, o estudo dos “dados imediatos da consciência” levariam um bergsoniano a rejeitar a terapia de linguagem wittgensteiniana como a única opção após as dificuldades interpostas pelo argumento da linguagem privada. Desse modo, espera-se mostrar que mesmo um dos mais celebrados argumentos do paradigma da linguagem contra a inteligibilidade de uma abordagem introspectiva não é suficiente para suprimi-la. Palavras-chave: Filosofia do Conhecimento. Intuição. Linguagem. Bergson. Wittgenstein.

Biografia do Autor

Evaldo Sampaio, UnB

Professor Associado da Universidade de Brasília pelo Departamento de Filosofia. Pós-doutorado em Filosofia na Universidade de Oxford (2017-2018), Doutorado em Filosofia na Universidade Federal de Minas Gerais (2005-2009), Mestrado em Filosofia Contemporânea pela Universidade Federal do Ceará (2002-2003), Licenciado em Letras pela Universidade Federal do Ceará (1994-2000). Meus interesses atualmente se voltam para questões de ontologia, conhecimento e linguagem, bem como para as representações da Filosofia como uma direção espiritual.

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Publicado

2020-02-05

Como Citar

Sampaio, E. (2020). Intuição e Linguagem: Bergson, Wittgenstein e os limites do dizível. Revista Helius, 2(2), 339–363. Recuperado de //helius.uvanet.br/index.php/helius/article/view/97

Edição

Seção

Artigos do Dossiê